Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes, assim dá-se a mutação genética. As células alteradas passam a receber instruções erradas para as suas atividades. Assim, as alterações podem ocorrer em genes especiais que a princípio são inativos em células normais.
Quando ativados, transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignação, ou seja, cancerização das células normais.
A formação do câncer em geral se dá de forma lenta, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo é composto por três estágios, ou seja:
-Estágio de iniciação, onde as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos que provocam modificações em alguns de seus genes;
-Estágio de promoção, nele as células geneticamente alteradas sofrem o efeito dos agentes cancerígenos, denominados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna de forma lenta e gradual e;
-Estágio de progressão que se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas, neste estágio o câncer já se encontra instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
No Brasil, são mais de um milhão de novos casos desta temida doença por ano, sendo que inúmeros casos nem sequer são registrados.
Se somente a suspeita de câncer já provoca imensa ansiedade, o que dizer sobre a confirmação do diagnóstico que, infelizmente, muitas das vezes é transmitido por profissionais que não estão aptos para delicada tarefa, ou seja, informar o resultado do diagnóstico.
O diagnóstico do câncer tem o poder de mudar totalmente a vida do paciente. Algumas pessoas modificam completamente seus hábitos, passam a rever conceitos, valores, crenças, comportamentos e atitudes, promovendo assim, uma reviravolta em suas vidas.
Esta constatação é bastante sofrida, principalmente porque o paciente de câncer é estigmatizado e sente-se diferente.
Às vezes o mesmo tipo de câncer tem evolução, prognóstico, tempo e condições diferentes e para isso a ciência ainda não encontrou nenhuma explicação. Um prognóstico otimista não afasta a possibilidade de recidivas metástases, porém, de outro lado, um mau prognóstico não significa uma sentença de morte, constituindo este o grande mistério do câncer, para desespero dos médicos e pesquisadores.
O câncer é uma doença tão misteriosa que tem um grau de agressividade inversamente proporcional à idade de sua vítima.
Após o terremoto emocional que sofre uma vítima de câncer ao saber de seu diagnóstico, vem uma fase em que o paciente espera estar em um pesadelo e o que mais deseja é acordar. Neste período surge as crises existenciais e a depressão, da qual muitos só se recuperam após muito tempo e com ajuda de profissionais e de medicamentos. Tristeza, apatia, sensação de vazio e um sofrimento insuportável, sem qualquer causa aparente, a depressão pode ser considerada um efeito colateral da doença principal e afeta os pensamentos, sentimentos, saúde e até mesmo o comportamento do paciente de câncer.
Durante o período entre o diagnóstico e a retomada do cotidiano, existe tempo suficiente para pensar e analisar o sentido da vida que se viveu até então. A partir daí passa-se a observar e entender melhor o significado de coisas simples, valorizando-se prioritariamente os aspectos não materiais.
Existem exemplos de pacientes que, após um diagnóstico de câncer, consagram-se inteiramente a trabalhos sociais voluntários, onde ajudam pessoas carentes ou até mesmo realizando sonhos como conhecendo outros países, dedicando-se à música, às artes ou se voltam completamente para o lado religioso.
Felizmente, temos a disposição instituições, ONGs e grupos de apoio que ajudam o paciente de câncer, onde promovem reuniões de compartilhamento, palestras, eventos e atividades das mais diversas possíveis, visando aliviar a "síndrome do câncer", que acomete tanto seu pacientes quanto seus familiares.
Ter câncer, além de custar muito sofrimento, custa muito dinheiro. Sofrimento físico e psicológico, incertezas e ameaças, tratamentos bastante agressivos e muitas vezes mutilantes, medicamentos de uso contínuo e exames muito caros, além da ameaça da metástase para o resto da vida.
Não bastando tudo isso, o paciente tem ainda o pesado encargo de buscar e fazer valer os seus direitos, enfrentando todo tipo de empecilhos.
Diante de toda essa inesperada sobrecarga que adiciona à sua vida um custo emocional e financeiro, o paciente merece uma proteção especial do Estado.
Os documentos são muito importantes não só para os pacientes como também seus médicos e advogados. Laudos, radiografias, tomografias e exames, em alguns casos podem se constituir em documentos importantes para a comprovação da existência de uma situação garantidora de seus direitos.
Até mesmo um documento anterior a doença serve como referencial para que o médico tenha meios de estabelecer comparativos, avaliar a doença e diminuir as dúvidas.
Um aspecto muito importante é a prova dos direitos do paciente através de laudos e exames. Se uma pessoa contratar um plano de saúde ou seguro de vida e surgirem perguntas posteriores a respeito da existência de doenças preexistentes, um laudo ou exame poderá esclarecer a situação, evitando assim, maiores aborrecimentos.
Tatybelaenf!