quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma Abordagem sobre Quimioterapia!




Muitas pessoas me perguntam sobre quimioterapicos, estarei postando aqui um pouco sobre essas drogas que manuseio no dia a dia.
Vou abordar um pouco da história dessas drogas.
O uso de substâncias químicas e drogas como medicação data na época do médico persa, Muhammad ibn Zakarīya Rāzi (ou Rasis), que no século X introduziu o uso de substâncias químicas como ácido sulfúricocobremercúrio, sais de arsênicosal amoníacoourocréargilacoralpérolaalcatrãobetume e álcool para propósitos médicos. A primeira droga usada para a quimioterapia do câncer, entretanto, data por volta do século XX, através de uma substância que não foi primeiramente usada com este propósito. O gás mostarda foi usado na guerra química durante a Primeira Guerra Mundial e foi estudada posteriormente durante a Segunda Guerra Mundial. Durante uma operação militar na Segunda Guerra Mundial, um grupo de pessoas foram expostas acidentalmente ao gás mostarda e posteriormente descobriu-se que ela tiveram uma diminuição na contagem de leucócitos do sangue. Foi então deduzido que um agente que danificava rapidamente o crescimento de leucócitos deveria ter um efeito similar no câncer. Depois disto, na década de 40, muitos pacientes com linfoma avançado receberam a droga por via intravenosa, ao invés de inalar o gás. A melhora destes pacientes, embora temporária, foi notável. Esta experiência levou a pesquisas com outras substâncias que tinham efeito similar contra o câncer. Como resultado, muitas outras drogas foram sendo desenvolvidas no tratamento contra o câncer.


A quimioterapia consiste no emprego de drogas para combater o câncer.
Esses medicamentos, chamados quimioterápicos, atuam combatendo as células doentes, destruindo e/ou controlando seu desenvolvimento.
Podem ser ministradas isoladamente (monoquimioterapia) ou combinadas (poliquimioterapia). Sendo esta última a que apresenta resultados mais eficazes, pois consegue maior resposta a cada aplicação, diminui o risco de resistência às drogas e consegue atingir as células em diferentes fases do seu ciclo.
A quimioterapia pode ser indicada como tratamento isolado ou ainda ser feita em conjunto com a cirurgia e a radioterapia, dependendo de fatores como tipo de tumor, localização e estágio da doença.


A classificação da quimioterapia varia de acordo com a finalidade do tratamento:


Curativa - Para se conseguir a irradicação total do tumor.


Adjuvante - Utilizado após cirurgia curativa para prevenção de metástases na em torno da área do tumor.


Neoadjuvante ou prévia - Visa a redução parcial do tumor, preparando para o tratamento cirúrgico e/ou radioterapia.


Paliativa - Não se destina a cura do tumor, busca-se a melhorar a qualidade da sobrevida do paciente.


As drogas quimioterápicas interferem na capacidade de multiplicação das células cancerosas. 
Para cada diagnóstico é definido o tipo e as combinações das drogas a serem administrada ao paciente.
Mas as drogas usadas no tratamento atingem tanto as células doentes como as normais.
As células normais mais afetadas são aquelas que mais rapidamente se dividem, incluindo as de folículos pilosos, gastrointestinal, sistema reprodutivo e medula óssea.
Por se tratar de tratamento em que há agressão tanto de células doentes como sadias, os efeitos colaterais são inevitáveis. entre os mais comuns estão:


• Queda de cabelo
• Feridas na boca
• Dificuldades para engolir
• Náuseas
• Vômitos
• Constipação
• Diarréia
• Infecções
• Anemia
• Aumento de sangramentos


A quimioterapia pode ser administrada de diferentes maneiras. As mais comuns são:


• Intravenosa


É a maneira mais comum. A aplicação do quimioterápico é feita diretamente na veia, normalmente no antebraço, podendo também ser aplicada em qualquer outro local.


• Oral


Método mais cômodo e prático. A medicação, pílula, cápsula ou líquido é ingerido diretamente pela boca.


• Intramuscular


É ministrado o medicamento por injeção, diretamente no músculo do braço ou nádegas. O procedimento é rápido durando apenas alguns segundos.


• Intratecal


Os médicos utilizam o método intratecal como forma de prevenção para alguns tipos de leucemia e linfoma que tem a tendência de se difundir para o sistema nervoso central.
O método consiste em injetar a droga quimioterápica direto no líquido Céfalo Raquidiano, para destruir qualquer célula doente.
Em alguns pacientes, o acesso venoso é muito difícil, sendo aconselhado a implantação de um cateter. 
O cateter é um tubo plástico e fino que é colocado dentro de uma veia, permitindo que o paciente receba toda a medicação do tratamento, sem que precise ser furado todas as vezes que precise fazer as aplicações.


São dois os tipos de cateter utilizados:



• Permanentes: Colocado através de processo cirúrgico, é chamado de permanente por poder permanecer no lugar por meses ou anos. Pode ser semi ou totalmente implantado.


• Temporários: É um acesso temporário de administração da quimioterapia, que funciona da mesma forma do permanente, porém seu tempo de permanência é de alguns dias.





Orientações práticas


• Alimentação: Estar sempre bem alimentado melhora as condições de reagir aos efeitos colaterais e fica-se menos predisposto a infecções.


No caso de sentir náuseas e vômitos, prefira comidas na temperatura ambiente ou ligeramente resfriada, evite alimentos gordurosos e frituras, prefira fazer várias refeições ao dia, em pequenas porções, coma devagar, mastigando bem os alimentos, mantenha a casa sem odor de comida.


• Febre: Durante o tratamento há uma queda nas defesas do organismo, deixando o paciente suscetível a infecções.
A febre é um sinal de possíveis infecções no organismo. Ao primeiro sinal, o médico e a enfermeira devem serem avisados imediatamente para orientar o tratamento adequado.




• Infecções: Prevenir infecções é uma preocupação que todo paciente e as pessoas a sua volta tem que ter todos os dias. Para isso algumas regras básicas devem ser seguidas:


- Lave bem as mãos usando água morna e sabão;
- Evite arranhões ou cortes na pele. Se acontecer, lave o local com sabão branco e água, no caso de cortes, se não for profundo, lave com água oxigenada e cubra com bandaid e avise sempre o seu médico e a enfermeira;


- Não coma comidas cruas ou compradas na rua. Prefira as feitas em casa ou no hospital;
- Crie o hábito de verificar a sua temperatura todos os dias.


• Uso de outros medicamentos


O uso de qualquer medicamento durante o tratamento deve ser autorizado pelo médico responsável. Alguns medicamentos sejam quimícos, homeopáticos ou naturais podem interferir no tratamento.


• Ciclo menstrual



Os quimioterápicos podem alterar a produção de hormônios e causar em algumas mulheres, alteração no ciclo menstrual. Que volta a se normalizar com o fim do tratamento.


Fonte: NACC - Núcleo de Apoio á Criança com Câncer






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